A comunicação será centrada na análise da representação de Nápoles durante a Segunda Guerra Mundial e no imediato pós-guerra, delineada nas cartas enviadas por Clarice Lispector ao longo de sua permanência em Itália (1944–1946) e nos contos que compõem o volume Il mare non bagna Napoli (1953), de Anna Maria Ortese. Embora pertencentes a contextos socioculturais diferentes – e cada uma por meio de formas expressivas peculiares –, as duas escritoras testemunham a precariedade de uma época em que, citando Walter Benjamin, «o “estado de emergência” em que vivemos é a regra» (Benjamin W., Angelus Novus. Saggi e frammenti, Einaudi, Torino, 1962: 79), compondo um mosaico de experiências femininas da destruição bélica, do desenraizamento, da miséria e da violência. Apesar das diferenças e das especificidades de suas escritas – que, aliás, contribuirão para enriquecer a análise –, Lispector e Ortese são, de fato, unidas por um olhar sobre a realidade permeado por um profundo compromisso ético, que faz da literatura um instrumento de oposição às injustiças sociais e às dinâmicas de exclusão. Assim, a comunicação propõe-se a refletir sobre a escrita de mulheres considerada como um «fora de campo ativo, isto é, como um tipo de focalização dinâmica que gera dúvidas e questionamentos em torno do que se vê, criando uma dialética entre aquilo que é visível e reconhecível e aquilo que, ao contrário, é invisível, mas ainda assim está implicado» (Brogi D., Lo spazio delle donne, Einaudi, Torino, 2022: 104), construindo um diálogo entre Clarice Lispector e Anna Maria Ortese que atravessa transversalmente – e por meio de uma abordagem que vai do particular ao universal – os espaços culturais, históricos e sociais italiano e brasileiro.

La comunicazione sarà incentrata sull’analisi della rappresentazione della realtà partenopea durante la Seconda guerra mondiale e nell’immediato dopoguerra delineata nelle missive inviate da Clarice Lispector nel corso della sua permanenza in Italia (1944-1946) e nei racconti che compongono il volume Il mare non bagna Napoli (1953) di Anna Maria Ortese. Sebbene appartenenti a contesti socioculturali differenti – e ognuna mediante peculiari forme espressive – le due scrittrici testimoniano la precarietà di un’epoca in cui, citando Walter Benjamin, «lo “stato d’emergenza” in cui viviamo è la regola» (Benjamin W., Angelus Novus. Saggi e frammenti, Einaudi, Torino, 1962: 79), componendo un mosaico di esperienze femminili della distruzione bellica, dello spaesamento, della miseria e della violenza. Nonostante le differenze e le peculiarità della loro scrittura – che pure contribuiranno ad arricchire l’analisi – Lispector e Ortese sono accomunate, infatti, da uno sguardo sulla realtà pervaso da un profondo impegno etico che fa della letteratura uno strumento di opposizione alle ingiustizie sociali e alle dinamiche di esclusione. Pertanto, la comunicazione si prefigge di riflettere sulla scrittura di donne considerata come un «fuori campo attivo, vale a dire come tipo di messa a fuoco dinamica che genera dubbi e domande intorno a ciò che si vede, creando una dialettica tra ciò che è visibile e riconoscibile e ciò che invece è invisibile, ma tuttavia è implicato» (Brogi D., Lo spazio delle donne, Einaudi, Torino, 2022: 104), costruendo un dialogo tra Clarice Lispector e Anna Maria Ortese che percorre trasversalmente – e mediante un approccio che da particolare si fa universale – gli spazi culturali, storici e sociali italiano e brasiliano.

De Crescenzo, L. (2025). Um retrato em claro-escuros: Nápoles pelo olhar de Clarice Lispector e Anna Maria Ortese. In Andrea Santurbano, Patricia Peterle, Graziele Frangiotti, Giorgio de Marchis (a cura di), Itinerários transatlânticos (pp. 236-248). Rio de Janeiro : 7Letras.

Um retrato em claro-escuros: Nápoles pelo olhar de Clarice Lispector e Anna Maria Ortese

Luigia De Crescenzo
2025-01-01

Abstract

La comunicazione sarà incentrata sull’analisi della rappresentazione della realtà partenopea durante la Seconda guerra mondiale e nell’immediato dopoguerra delineata nelle missive inviate da Clarice Lispector nel corso della sua permanenza in Italia (1944-1946) e nei racconti che compongono il volume Il mare non bagna Napoli (1953) di Anna Maria Ortese. Sebbene appartenenti a contesti socioculturali differenti – e ognuna mediante peculiari forme espressive – le due scrittrici testimoniano la precarietà di un’epoca in cui, citando Walter Benjamin, «lo “stato d’emergenza” in cui viviamo è la regola» (Benjamin W., Angelus Novus. Saggi e frammenti, Einaudi, Torino, 1962: 79), componendo un mosaico di esperienze femminili della distruzione bellica, dello spaesamento, della miseria e della violenza. Nonostante le differenze e le peculiarità della loro scrittura – che pure contribuiranno ad arricchire l’analisi – Lispector e Ortese sono accomunate, infatti, da uno sguardo sulla realtà pervaso da un profondo impegno etico che fa della letteratura uno strumento di opposizione alle ingiustizie sociali e alle dinamiche di esclusione. Pertanto, la comunicazione si prefigge di riflettere sulla scrittura di donne considerata come un «fuori campo attivo, vale a dire come tipo di messa a fuoco dinamica che genera dubbi e domande intorno a ciò che si vede, creando una dialettica tra ciò che è visibile e riconoscibile e ciò che invece è invisibile, ma tuttavia è implicato» (Brogi D., Lo spazio delle donne, Einaudi, Torino, 2022: 104), costruendo un dialogo tra Clarice Lispector e Anna Maria Ortese che percorre trasversalmente – e mediante un approccio che da particolare si fa universale – gli spazi culturali, storici e sociali italiano e brasiliano.
2025
978-65-5905-964-5
A comunicação será centrada na análise da representação de Nápoles durante a Segunda Guerra Mundial e no imediato pós-guerra, delineada nas cartas enviadas por Clarice Lispector ao longo de sua permanência em Itália (1944–1946) e nos contos que compõem o volume Il mare non bagna Napoli (1953), de Anna Maria Ortese. Embora pertencentes a contextos socioculturais diferentes – e cada uma por meio de formas expressivas peculiares –, as duas escritoras testemunham a precariedade de uma época em que, citando Walter Benjamin, «o “estado de emergência” em que vivemos é a regra» (Benjamin W., Angelus Novus. Saggi e frammenti, Einaudi, Torino, 1962: 79), compondo um mosaico de experiências femininas da destruição bélica, do desenraizamento, da miséria e da violência. Apesar das diferenças e das especificidades de suas escritas – que, aliás, contribuirão para enriquecer a análise –, Lispector e Ortese são, de fato, unidas por um olhar sobre a realidade permeado por um profundo compromisso ético, que faz da literatura um instrumento de oposição às injustiças sociais e às dinâmicas de exclusão. Assim, a comunicação propõe-se a refletir sobre a escrita de mulheres considerada como um «fora de campo ativo, isto é, como um tipo de focalização dinâmica que gera dúvidas e questionamentos em torno do que se vê, criando uma dialética entre aquilo que é visível e reconhecível e aquilo que, ao contrário, é invisível, mas ainda assim está implicado» (Brogi D., Lo spazio delle donne, Einaudi, Torino, 2022: 104), construindo um diálogo entre Clarice Lispector e Anna Maria Ortese que atravessa transversalmente – e por meio de uma abordagem que vai do particular ao universal – os espaços culturais, históricos e sociais italiano e brasileiro.
De Crescenzo, L. (2025). Um retrato em claro-escuros: Nápoles pelo olhar de Clarice Lispector e Anna Maria Ortese. In Andrea Santurbano, Patricia Peterle, Graziele Frangiotti, Giorgio de Marchis (a cura di), Itinerários transatlânticos (pp. 236-248). Rio de Janeiro : 7Letras.
File in questo prodotto:
Non ci sono file associati a questo prodotto.

I documenti in IRIS sono protetti da copyright e tutti i diritti sono riservati, salvo diversa indicazione.

Utilizza questo identificativo per citare o creare un link a questo documento: https://hdl.handle.net/11590/528218
Citazioni
  • ???jsp.display-item.citation.pmc??? ND
  • Scopus ND
  • ???jsp.display-item.citation.isi??? ND
social impact