O presente texto pretende demonstrar que não se pode saltar o jogo das gerações; ele é inscrito dentro de vínculos naturais que não podem ser desfeitos. Logo, a indiferença é justificada pela imprescritibilidade que não pode mudar conhecimento e situação. O único problema verdadeiro de justiça entre gerações diferentes é posto pela maneira na qual as instituições regulam o acesso aos recursos limitados no tempo, ou seja, agem com a vantagem dada pelas possibilidades históricas. Não nos interessa tanto a vertente ético-política, mesmo sendo relevante, do já robusto discurso sobre a justiça intergeracional, mas sim aquela entendida a partir de Rawls, do caráter simbólico e virtual que cada geração instaura com o seu futuro, partindo do presente. Cruzamento contínuo de sincronia e diacronia, as gerações não podem existir como identidade, senão como referência – frequentemente antagônica – à dessemelhança (as outras “gerações”). Assim as suas identidades vivem de uma postura cúmplice no confronto daqueles dos quais se distinguem

Resta, E. (2013). O tempo entre generações. REVISTA DIREITOS HUMANOS E DEMOCRACIA, 2(anno 1), 293-327.

O tempo entre generações

RESTA, ELIGIO
2013-01-01

Abstract

O presente texto pretende demonstrar que não se pode saltar o jogo das gerações; ele é inscrito dentro de vínculos naturais que não podem ser desfeitos. Logo, a indiferença é justificada pela imprescritibilidade que não pode mudar conhecimento e situação. O único problema verdadeiro de justiça entre gerações diferentes é posto pela maneira na qual as instituições regulam o acesso aos recursos limitados no tempo, ou seja, agem com a vantagem dada pelas possibilidades históricas. Não nos interessa tanto a vertente ético-política, mesmo sendo relevante, do já robusto discurso sobre a justiça intergeracional, mas sim aquela entendida a partir de Rawls, do caráter simbólico e virtual que cada geração instaura com o seu futuro, partindo do presente. Cruzamento contínuo de sincronia e diacronia, as gerações não podem existir como identidade, senão como referência – frequentemente antagônica – à dessemelhança (as outras “gerações”). Assim as suas identidades vivem de uma postura cúmplice no confronto daqueles dos quais se distinguem
2013
Resta, E. (2013). O tempo entre generações. REVISTA DIREITOS HUMANOS E DEMOCRACIA, 2(anno 1), 293-327.
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